Fique por dentro de todos os procedimentos médicos a
que as gestantes devem se submeter para garantir que ela e o bebê
cheguem, com saúde e segurança, ao momento do parto.
Uma agenda repleta de compromissos passa a fazer parte do dia a dia da
mulher assim que se constata uma gravidez. Consultas, avaliações físicas
e outros exames, que devem ser realizados em laboratório de análises
clínicas e medicina diagnóstica, preenchem nove meses de uma intensa
maratona médica. “Por se tratar de um evento fisiológico, a assistência
ao pré-natal é como uma supervisão da natureza e cabe ao médico saber
atuar no momento correto para garantir o melhor para o bebê e a mãe”,
diz Andrea Romagna Fernandes Coelho, ginecologista e obstetra da Paraná
Clínicas, de Curitiba. O Ministério da Saúde recomenda que a gestante
visite o médico pelo menos seis vezes até o parto, mas grande parte dos
especialistas prefere ver suas pacientes com uma frequência maior
(confira abaixo como se dá essa rotina e o que é avaliado em cada
consulta). Fundamental mesmo é não demorar para começar o
acompanhamento! “O atraso menstrual leva a paciente à consulta. Depois
de constatada a gravidez, já se deve iniciar o pré-natal”, afirma José
Bento de Souza, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução
humana, de São Paulo.
Frequência e teor das consultas
Embora o número de consultas varie de acordo com a conduta de cada
médico e também conforme as peculiaridades da gestação, em geral a
paciente é orientada a retornar ao consultório do obstetra mensalmente
até o sétimo mês de gravidez. No oitavo, ocorrem duas visitas, uma em
cada quinzena. Já no nono e último meses, o encontro com o especialista
passa a ser semanal. Toda essa rotina serve para cuidar da saúde de mãe e
filho e acompanhar de perto o desenvolvimento do bebê. Estes são os
pontos abordados e as avaliações feitas durante uma consulta de
pré-natal:
- Conversa com a paciente para saber como anda seu estado geral, quais
sintomas vem apresentando e, a partir da 20ª semana, indagação sobre os
movimentos do feto.
- Medição da pressão arterial.
- Verificação do peso.
- Aferição da altura do útero e da circunferência abdominal.
- Ausculta dos batimentos cardíacos do feto.
- Solicitação de exames médicos (laboratoriais, de imagem e outros, se necessário).
Exames obrigatórios
Confira, na tabela abaixo, os exames a que toda gestante deve se
submeter, a fase em que devem ser realizados e o que eles apontam para o
médico. Lembre-se, porém, de que cada gravidez é uma situação única,
com muitas variáveis, o que pode determinar a realização de outros
testes não listados aqui. Existem casos especiais, que devem ser
tratados de maneira diferenciada e com condutas bastante particulares.
Exames especiais
Alteração no resultado de um dos exames comuns do pré-natal, gravidez
após os 35 anos, gestantes com doenças prévias (como lúpus, câncer,
doenças do colágeno etc.), grávidas com diabetes ou hipertensão,
histórico de doenças hereditárias na família e gestação de múltiplos.
Essas são algumas das situações consideradas de risco pelos médicos e
que levam à necessidade de um pré-natal ainda mais cuidadoso tanto em
relação à frequência de consultas quanto à realização de exames
específicos. Conheça alguns dos testes adicionais, que podem ser
solicitados, se a paciente necessitar de uma assistência intensiva:
Biópsia do vilo corial (11ª a 14ª semana):
Solicitada normalmente quando existe a suspeita de alterações
cromossômicas no feto. A dúvida pode surgir, por exemplo, após o exame
de ultrassonografia de translucência nucal. O procedimento consiste na
análise de uma amostra da placenta, coletada por uma agulha, que é
inserida através do abdômen da gestante. O exame apresenta um risco
pequeno de provocar aborto.
Amniocentese (a partir da 13ª semana):
Semelhante à biópsia do vilo corial, também objetiva a constatação de
anormalidades genéticas no feto. Nesse exame, porém, a amostra analisada
é do líquido amniótico, que envolve o bebê. Assim como no exame
anterior, existe o perigo de causar um aborto.
Ultrassonografia transvaginal (a partir da 12ª semana):
Indicada quando a gestação tem alto risco de prematuridade, como no
caso de gêmeos, tem como finalidade checar as condições do colo do
útero. Se houver probabilidade de ele se romper, o que pode levar ao
parto prematuro, o médico avalia a possibilidade de realizar uma
cerclagem uterina (cirurgia que costura o colo do útero para reforçar
seu fechamento).
Fibronectina fetal (18ª à 24ª):
É uma análise da secreção vaginal para avaliar a chance de nascimento
prematuro. Realizada em mulheres de alto risco para parto prematuro,
como as que tiveram o problema em gestação anterior ou apresentam o
encurtamento do colo uterino.
Ecocardiografia fetal (a partir da 28ª semana):
Com um aparelho de ultrassonografia, observa-se detalhadamente o
funcionamento do coração do bebê. Esse exame vem sendo cada vez mais
adotado pelos médicos como uma rotina, dentro do pré-natal, mesmo para
pacientes de baixo risco. Entretanto, muitos obstetras ainda o
requisitam apenas para situações específicas, em que a probabilidade de
anomalias cardíacas no feto é maior. Alguns desses casos ocorrem se a
mãe tem alguma malformação congênita do coração ou quando é constatada
uma alteração cromossômica no feto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário