Entenda os prós e os contras dessas duas opções e dê a largada rumo à boa forma.
Adotar a corrida como prática esportiva é, sem dúvida, um grande
passo em direção a uma vida mais saudável e uma cintura fina. Na hora de
gastar a sola do tênis, há quem adote a esteira, um dos aparelhos mais
concorridos nas academias. Já outros não trocam a suadeira ao ar livre
por nada. "A escolha do piso em que se vai correr deve se basear nos
objetivos do indivíduo", afirma o educador físico Bruno Modesto, que é
pesquisador da Escola de Educação Física e Esportes da Universidade de
São Paulo (USP) e instrutor de primeiros socorros do Instituto do
Coração de São Paulo, o Incor.
Em outras palavras, o futuro
corredor precisa ter em mente se quer se exercitar só para relaxar ou,
por outro lado, para competir nas inúmeras corridas de rua Brasil afora.
Outro ponto fundamental é checar a possibilidade de dar as passadas em
ruas, praças e parques -- caso essa alternativa esteja fora de alcance, o
jeito mesmo é ficar na velha e boa esteira. "Iniciantes ou sedentários
podem começar no aparelho e evoluir posteriormente para a corrida de
rua, que apresenta mais dificuldades de percurso sem contar a influência
de fatores ambientais", completa Modesto.
"Uma das principais
vantagens da esteira é a possibilidade de controlar o ritmo da corrida.
Além disso, nela é mais fácil aprender a mecânica correta do movimento, o
que deixa o atleta mais eficiente", diz Bruno Modesto. "Ao alternarmos a
velocidade e a inclinação do equipamento, pode-se fazer um trabalho
progressivo e adequado, inclusive para indivíduos com sobrepeso ou
obesos", afirma o professor.
Para o ortopedista André Pedrinelli,
da Faculdade de Medicina da USP, o recomendado é treinar nos dois
pisos, já que ambos apresentam prós e contras. "A esteira oferece mais
amortecimento para as articulações que o asfalto, além de garantir um
melhor controle do esforço e, portanto, dos resultados", diz Pedrinelli.
Segundo ele, correr na engenhoca gera menos impacto e,
consequentemente, diminui-se o risco de lesões. "O sistema de absorção
de impacto do equipamento ajuda principalmente os que estão acima do
peso", confirma Bruno Modesto.
A esteira também é ótima para dias
chuvosos ou para fugir do frio e do calor extremos. Mas muita gente
acha monótono correr olhando sempre o mesmo cenário, em ambiente fechado
e sem interação com outras pessoas. "A corrida ao ar livre permite
contato com a natureza, diferentes paisagens, novos lugares e percursos a
ser explorados. Além disso, possibilita reunir amigos e formar grupos, o
que aumenta a motivação e faz a diferença para que pretende se manter
ativo", avalia Bruno Modesto.
Outra diferença é que o gasto
energético na rua é maior. Isso porque a mecânica dos movimentos não é a
mesma. No chão, o indivíduo fica sujeito a diversas variações de rota,
como subidas, descidas, curvas e inúmeras irregularidades no terreno que
aumentam a demanda do organismo e contribuem para um maior consumo
calórico. Todos esses desvios fazem com que mais grupos musculares se
envolvam na atividade e ainda desenvolvem o sistema de equilíbrio --
chamado de propriocepção --, o que não acontece na esteira.
Veja,
então, qual alternativa se adapta às suas características e
preferências, calce o tênis e dê a largada rumo à boa forma. Se
possível, varie o ambiente e o piso, já que, como vimos, há pontos
positivos e negativos em todos eles. Mas, nos dois casos, na esteira ou
na rua, é fundamental buscar a orientação de um profissional de educação
física. Ele vai planejar o treinamento e dosar o esforço sempre de
acordo com as suas condições.
As vantagens de cada piso
Esteira
• Gera menos impacto nas articulações
• Menor risco de lesões
• Melhor controle do esforço e dos resultados
• Mais indicada para iniciantes e para quem está acima do peso
• Ideal para dias chuvosos, muito quentes ou frios demais
Rua
• Diferentes paisagens e contato com a natureza
• Maior socialização
• Maior gasto energético devido às irregularidades do terreno
• Envolve mais grupos musculares
• Desenvolve o sistema de equilíbrio --propriocepção
Fonte: Revista saúde
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